07/02/2008

Penso muito, mas escrevo pouco

Houve tempos em que queria ser pago à linha que escrevia, melhor ao parágrafo! E tinha a certeza que ficaria rico.

Agora preferia ser pago ao neurónio que queimo a pensar, e sei que não teria lugar para guardar tanto dinheiro.

Não que seja pago para pensar, mas tenho por hábito (para alguns péssimo, para outros assim assim) pensar. Penso no que fazer, no que não fazer, como fazer, no que acreditar, como contornar, como argumentar, como simplesmente rodopiar.

Vivo o tempo a pensar, vou no carro a conduzir, a ouvir música ou o noticiário, agarrado ao telefone e imagine-se... a pensar. Como é possível fazer tantas coisas ao mesmo tempo? eu próprio fico pasmado. Também à vezes em que conduzo sem pensar e lá se vai mais um semáforo vermelho que não devia passar...

Mas o ridículo disto tudo é que penso. Penso como o mundo podia ser melhor se pudessemos parar todos os dias e ouvir um chilrear de um pássaro, ou se pudéssemos passear por um jardim e ser picados por uma abelha (logo agora que dizem que as abelhas vão entrar em extinção). Penso como criar uma embalagem para o leite que possa poupar mais um pouco de cartão e assim não permitir que derrubem mais uma floresta por esse mundo fora.

Bem o que é facto é que penso, e nesto momento penso no que pensar...